sexta-feira, 11 de junho de 2010

É gooooollllllll de letras!

Hoje começam os jogos da Copa do Mundo, mas para Neusa Dias de Macedo, primeira doutora em Biblioteconomia do Brasil, já temos motivos para soltar rojões com a aprovação da Lei 12.244/10, que obriga as instituições de ensino públicas e particulares a contar com bibliotecas e bibliotecários.

“Que o CFB e todos os CRBs, FEBAB e Escolas de Biblioteconomia exprimam sua satisfação em ter chegado a hora de os Bibliotecários ocuparem a atenção que merecem!!”, comemora Neusa, gritando gooollllllll!

Neusa Dias de Macedo é formada em Biblioteconomia há cerca de 50 anos pela FESPSP, que completa 77 neste ano, e doutora pela USP.

II ENCONTRO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECA ESCOLAR:

Marque na sua agenda:

Dias: 23, 24 e 25 de junho de 2010Local: USP – Ribeirão Preto
Participe.

Apresentação de pôster: enviar resumo informativo até 13 de junho 2010 para o e-mail bibliotecaescolar@dfm.ffclrp.usp.br.

Informações e inscrições até 18/06 pelo site:
http://dfm.ffclrp.usp.br/biblioteca

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Veja aqui o novo BOB NEWS

Bibliotecas: desafio é formar 200 mil profissionais

"Muitos acham que o serviço de bibliotecária é apenas receber e guardar livros...

Patrícia Sonsin

Com a Lei 12.244/10, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24 de maio de 2010, que determina a instalação de bibliotecas em todas as instituições de ensino do país, incluindo públicas e privadas, o Brasil terá um desafio nos próximos 10 anos, formar 200 mil profissionais da área de biblioteconomia.

No Brasil, são contabilizados 42 cursos superiores de biblioteconomia, documentação, ciência da informação ou gestão de unidades de informação/gestão da informação, que são oferecidos em 21 estados e no Distrito Federal. Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins não possuem curso de biblioteconomia. No Paraná, a UEL (Universidade Estadual de Londrina), por meio do Departamento de Ciências da Informação, oferece o curso de biblioteconomia e a UFPR (Universidade Federal do Paraná), por meio do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, oferece o curso de gestão da informação.

A lei determina que estados, municípios – que são responsáveis pelas escolas públicas da educação básica –, as 17 universidades federais – que têm colégios de aplicação – e as entidades mantenedoras das escolas privadas têm prazo de dez anos para implantar bibliotecas. De acordo com o MEC (Ministério da Educação), dados do Censo Escolar 2009 revelam que a maioria das escolas públicas da educação básica, e parte dos estabelecimentos privados, não tem bibliotecas. Das 152.251 escolas de ensino fundamental, 52.355 tem bibliotecas e 99,8 mil não têm; no ensino médio, das 25.923 escolas, 18.751 tem biblioteca e 7,1 mil não têm.

O diretor de políticas de formação, materiais didáticos e tecnologias da SEB (Secretaria de Educação Básica) do MEC, Marcelo Soares, destaca dois fatores da lei que favorecem a tomada de providências de prefeitos e governadores: o primeiro é que a lei contempla a diversidade da realidade escolar brasileira ao definir a exigência mínima de um livro por estudante para que a escola inicie sua biblioteca. O segundo é o prazo de dez anos para a efetivação, que é o ano de 2020.

Sobre a realidade das escolas públicas urbanas e rurais, Marcelo cita dois exemplos que mostram as diferenças e o tipo de tratamento que devem receber. Uma escola rural, multisseriada, com duas turmas de 18 a 30 alunos, por exemplo, tem geralmente uma sala de aula e outra sala para uso da direção, dos professores e do serviço de secretaria.

Faculdades

Em Cascavel, as faculdades particulares e a Unioeste (Universidade Estadual do Oeste) possuem em suas bibliotecas profissionais formados em biblioteconomia, além da Biblioteca Pública Municipal, conforme exigência da lei. Na FAG (Faculdade Assis Gurgacz), segundo o gerente da biblioteca, Eduardo Madureira, a bibliotecária responsável é Hebe Negrão. O espaço conta com 65 mil exemplares, uma média de dez livros por aluno matriculado na instituição. Na Unipar (Universidade Paranaense), a profissional formada na área é Dirce Lucia Mestriner. Na Unioeste é Jeanine da Silva Barros. Na Univel (Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Cascavel) é Tatiana Demichei.

Formada em 1967 pela UFPR, Hebe Negrão de Jimenez é a bibliotecária da Biblioteca Pública Municipal, que comemora a lei aprovada em maio pelo presidente. “É muito importante ter um profissional formado em todas as bibliotecas”.

Hebe lamenta o fato de a profissão ser pouco reconhecida, já que muitos acham que o serviço de bibliotecária é apenas receber e guardar livros. “Entre as funções da profissão estão classificar, catalogar, organizar e administrar a biblioteca”. Ela cita ainda que a maior dificuldade deste trabalho está relacionado a aquisição de acervo nas bibliotecas públicas escolares e outros acervos. “Para executar este trabalho, é preciso ter conhecimento técnico, não é simplesmente pegar o livro na prateleira e emprestar”, destaca Hebe.

De acordo com a presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Educação Infantil e de Ensino Fundamental, Ieda Cândido dos Santos, em Cascavel são mais de 60 escolas particulares, e como não havia exigência de profissional formado em biblioteconomia e nem que o estabelecimento de ensino possuísse uma biblioteca, não existem dados sobre o assunto. Ieda acredita que as escolas maiores tenham biblioteca e que na medida em que a lei existe, as escolas irão se adequar. Dentre as escolas particulares que possuem um biblioteconomista está o Colégio Marista. As escolas do Estado e do município de Cascavel, conforme informações repassadas pelos órgãos, não possuem biblioteconomistas formados, os profissionais que atuam na área recebem treinamento específico para desempenhar a função.

Curso

Para suprir parte da demanda de novos profissionais para esta área, mais um curso será aberto no Paraná. A Univel (Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Cascavel) promove no dia 19 de junho, o primeiro vestibular para o curso de biblioteconomia. O curso tem duração de quatro anos e foram aprovadas para a instituição 120 vagas. As aulas terão início no dia 19 de julho e ocorrerão no período noturno, caso haja demanda serão realizadas também pela manhã. A carga horária é de 2.749 horas. A mensalidade, segundo o diretor de desenvolvimento da Univel, Nilton Nicolau Freire, é de R$ 339. “O país precisa formar, nos próximos 10 anos, 200 mil bibliotecários e as faculdades existentes vão conseguir suprir esta demanda. A Univel criou este curso porque já tinha a visão desta necessidade”, destacou Nilton.

O curso de biblioteconomia tem por objetivo formar profissionais para auxiliar diretamente ou indiretamente os usuários potenciais e reais da formação socioculturaleconômica. O profissional formado em biblioteconomia pode atuar em órgãos públicos, empresas privadas, bibliotecas em todos os níveis de ensino, arquivos, museus, centos de documentação, editoras, livrarias, jornais e web site.

A funcionária pública, Silvia Prado, é formada em letras, mas acalenta há cerca de 10 anos o sonho de cursar biblioteconomia. O gosto pela área se iniciou quando fazia o curso de magistério e começou a trabalhar em um colégio como auxiliar de biblioteca da instituição. “Foi ali que comecei a gostar da profissão e a entender a importância do bibliotecário em uma biblioteca e também a sonhar com o curso, como não tinha aqui, não tive condições de fazer em outro lugar”, conta. “A intenção com o curso é ampliar conhecimentos e aplicar no trabalho que realizo no MIS (Museu da Imagem e do Som), além de prestar concursos federais”, acrescenta."

Publicado em CGN Noticias 10 de Junho de 2010, às 7h41min
http://www.cgn.inf.br/?system=news&action=read&id=69134

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Edital de Fomento à Produção, Difusão e Distribuição de Livros em Formato Acessível

Inscrições até 22 de julho
Constitui objeto deste edital o repasse de recursos financeiros a entidades privadas sem fins lucrativos para projetos que fomentem a produção, difusão e distribuição de livros em formato acessível, aqui compreendidos como livros convertidos por meio de técnicas especializadas de adaptação, que proporcionem descrição ou narração das possíveis representações gráficas presentes na obra, nos formato Daisy, Braille, livro falado (voz humana ou sintetizada) ou outro formato que permita o acesso de pessoas com deficiência visual ao seu conteúdo, excetuados os livros didáticos.

Veja o Edital e demais documentos em: http://goo.gl/VdIV

NEW YORK CITY—The city's libraries face a funding crisis

As bibliotecas públicas da cidade de Nova York enfrentam uma crise de financiamento.

O sistema de bibliotecas da The New York Public Library está enfrentando um corte de financiamento de $37 milhões no orçamento para 2011. O sistema de bibliotecas públicas que há muito tempo fornece uma série de serviços gratuitos para a comunidade de Nova York e visitantes, terá de cortar os programas oferecidos, se os cortes orçamentais forem implementados, de acordo com Jennifer Lam, representante sênior de imprensa da NYPL.

O sistema de bibliotecas também poderá ter de fechar 10 de suas 90 filiais e reduzir os dias úteis de seis ou sete dias por semana para três ou quatro dias por semana.

The New York Public Library system is confronting a $37 million funding cut in Mayor Michael Bloomberg's proposed 2011 budget. The library system, which has long provided a number of free services to the New York community and to visiting patrons, will have to cut back on the programs it offers if the budget cuts are implemented, according to Jennifer Lam, senior press representative of the NYPL.

The library system may also have to close 10 of its 90 branches and reduce business days at other branches from the current six or seven days a week to three or four days per week.

Leia mais

Residentes del Bronx necesitan sus bibliotecas

Michael Alvarez / Administrador de bibliotecas públicas del Bronx, para la Biblioteca Pública de NY| 2010-05-27 | El Diario NY

A Cidade de Nova York experimentou durante o ano passado a taxa de desemprego mais alta desta década. Enquanto as grandes corporações fracassavam e os cheques de pagamento se transformavam em pequenos cheques de seguro desemprego, os novaiorquinos buscaram refugio nas bibliotecas.

Todos vão às bibliotecas onde podem ter acesso gratuito a computadores, assistencia para prepararem-se a buscar trabalho, livros, aulas de inglês, aulas de informática e programas culturais.

No entanto, brevemente essas 511.000 pessoas terão que ir às ruas quando a Biblioteca Pública de Nova York fechar as portas de 21 sucursais e reduzir os serviços no restante das bibliotecas para 4 dias por semana. Esta redução nos serviços é o resultado de um corte de $37 milhões no orçamento da cidade.

Leia mais

Paraíso de lectores

As bibliotecas aproveitam a crise para ressurgirem, enquanto que as vendas de livros sofrem uma queda de 25% na Cantabria.
Os empréstimos de livros experimentam um notável incremento. Os usuarios das bibliotecas querem os últimos exitos editoriais

Leia mais

Intentarán salvar horas de biblioteca

Por STEVE THOMPSON/DMN

Amigos das Bibliotecas de Dallas estão juntando forças para lançar uma campanha contra os cortes drásticos propostos pelas prefeituras locais na tentativa de cobrir um déficit orçamentário considerável para o próximo ano.

MAHONEY JIM DMN /

O prefeito Tom Leppert, que liderou "um dia de leitura de verão" na biblioteca central, disse que não espera não cortar o funcionamento do sistema de bibliotecas da cidade. "A mensagem é fundamental", disse Ed Palmer, membro do conselho da biblioteca. "E a mensagem é que a educação é um componente vital da infra-estrutura da cidade."

Se forem implementados os cortes propostos, a Biblioteca Central de J. Erik Jonsson será fechada de segunda a quarta-feira, reduzindo a sua operação de 44 para 24 horas por semana.

Leia mais

“La lista de libros obligatorios me da dolor de estómago"

”Por Cecilia Yáñez / La Nación

Associar a leitura a um imperativo e associa-la além disso a provas e avaliações escolares, é um dos grandes erros para fomentar o hábito leitor nos jovens. Encher os colegios de bibliotecas e livros sem contar com um mediador capacitado é outro. Quadrinhos, historietas? Também servem, segundo a especialista do Fondo de Cultura Económica (FCE).

Leia mais

Fortalezas de papel

"Que os livros são armas carregadas de futuro, capazes de modificar não só as consciencias mas também os regimes políticos ou a estrutura das sociedades é uma questão que não tem passado desapercebida entre os mandatários que controlam o poder."

Leia mais

Las bibliotecas públicas registran casi el doble de visitas que los museos

Belén Molleda León, 3 jun (EFE).- Em torno de cem milhões de visitas recebem ao ano as bibliotecas públicas da Espanha, um número de usuarios que supera em quase o dobro do que registram os museus, com 53 milhões de visitantes.

Leia mais

Bibliotecas y bibliotecarios escolares, soporte básico para la educación en Cuba

Camagüey, 7 jun.- Como apoio para estudantes e professores, em cada escola cubana abre suas portas uma biblioteca escolar.

Todas essas instituições se encontram equipadas com um fundo bibliográfico adequado ao desenvolvimento dos programas de ensino e com materiais complementares que ajudam e contribuem a aumentar o nivel cultural dos estudantes.

Leia mais

Projeto para cargo de bibliotecário em Aracaju

ANA LÚCIA QUER CARGO PARA BIBLIOTECÁRIO
"Escrito por Adriana Sangalli

Para a deputada, esta é mais uma oportunidade para o aluno entrar no mundo do conhecimento. Deputada Ana Lucia diz que atuação de bibliotecários pode melhorar o aprendizado dos estudantes.

A Assembléia Legislativa de Sergipe aprovou e encaminhou ao governador Marcelo Déda, Indicação (nº 72/2010) de autoria da deputada estadual Ana Lucia (PT), que solicita a criação de cargos para bibliotecário no Sistema de Ensino Público do Estado e realize concurso público para o preenchimento dos mesmos.

De acordo com a parlamentar, o objetivo é atender a demanda de recursos humanos especializados para atuar nas bibliotecas das Instituições de Ensino Público do Estado, setor de existência obrigatória nas referidas instituições por conta da Lei Federal 12.244 de Maio de 2010, que obriga a todas as Instituições de Ensino, públicas ou privadas, a conterem bibliotecas.

“A lei exige ainda que o Estado tome as medidas que se fizerem necessárias para estruturar tanto aquelas bibliotecas que irão ser criadas como as já existentes”, ressalta Ana Lucia.

A deputada Ana Lucia lembra que um recente levantamento do Instituto Nacional de Estudos - INEP - para o ano de 2008, demonstra que 37% das 200 mil escolas de Educação Básica no país não possuem biblioteca.

Conforme ela, outro ponto que justifica a propositura são os índices fornecidos pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB - que, analisando os dados obtidos com a aplicação de provas para os alunos e questionários para os professores e diretores em 1997, concluiu que os alunos estudantes de escolas equipadas com bibliotecas, alcançam maiores rendimentos.

“A lugar algum o povo sergipano chegará como Estado e como cidadãos, sem conhecimentos, que se fundamentam, ampliam e renovam, pela informação. Cabe a nós, políticos eleitos que representam o povo, juntamente com nossos co-cidadãos, a obrigação, a responsabilidade de criar uma biblioteca em cada escola, com estrutura mínima para atender ao seu fim, e em todos os cantões geográficos sergipanos, criando para cada aluno a oportunidade de entrar no mundo do conhecimento, de se maravilhar, de se tornar, encontrando caminhos novos e mais ousados, como cidadãos informados, lúcidos e atuantes”, frisa a deputada Ana Lucia."

Publicado em Plenário, Aracaju, Sergipe
http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=962010557138122

terça-feira, 8 de junho de 2010

Uma lei contra o óbvio

" Da Redação - editornet@liberal.com.br

Foi necessária uma lei federal para que gestores de escolas públicas e privadas do país "entendam" que educação e livros são coisas indissociáveis. Sancionada no último dia 24 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei federal 12.244 obriga escolas públicas e privadas de todo país a terem bibliotecas. Mas não é uma obviedade isso? Pelo jeito, para muitos, não.

A reportagem que abriu a edição do último domingo do LIBERAL traduz bem a ignorância de prefeitos e governadores brasileiros. Pelo menos três em cada dez escolas públicas da RPT (Região do Polo Têxtil) não sabem o que é uma biblioteca. Como incentivar a criança a ler desde cedo se ela não encontra estímulo em seu segundo lar, a escola?

À primeira vista, pode parecer pouco 35,3% das escolas municipais e estaduais sem bibliotecas. Porém, o impacto dessa deficiência na formação intelectual do jovem da região é incomensurável. São milhares de alunos privados de conhecimento e da oportunidade de viajar no mundo da literatura, uma jornada ímpar na vida do ser humano.

De acordo com a nova lei, todos os estabelecimentos de ensino do país, sejam eles públicos ou privados, terão de ter bibliotecas organizadas para pesquisa e estudo dos alunos. O prazo para adequação previsto em lei é de dez anos. Como no Brasil não se pode confiar em prazos, resta esperar e fiscalizar o cumprimento da medida.

O que dói é saber que é necessária uma medida compulsória para que seja implantado o óbvio. Da mesma forma que uma padaria não pode ficar sem ovos, uma escola não "vive" sem livros. E não estamos falando de pães. Estamos discutindo o futuro de seres humanos. Crianças e jovens que estão sendo preparados para o futuro. Mas não é de se espantar. Isso é Brasil. Num país onde não há consciência social, tudo é implantado na marra.

Mas nem tudo está perdido. O adolescente André Henrique Ferreira, de 13 anos, é um bom exemplo. Aluno de uma escola municipal de Sumaré, ele lê vinte livros, em média, por mês. André faz parte de uma minoria que adquiriu o hábito da leitura em casa e o aprimorou no ambiente escolar. Para sua sorte, a Escola Municipal José de Anchieta, uma das mais tradicionais daquele município, tem um bom acervo. Embora veja falhas na organização e no sistema de retirada, o garoto sumareense está entre os privilegiados.

E foi par incluir os sem-biblioteca que a lei foi criada. Pelo bem do país, é preciso torcer para que o texto não fique só na retórica. Caso isso aconteça, o Brasil terá cada vez menos páginas nos livros de história.

Publicado originalmente no Jornal O Liberal
http://www.oliberalnet.com.br/cadernos/contexto_ver.asp?c=3990F0A0222

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bibliotecas passam a ser obrigatórias; espaços de leitura são considerados por representantes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 12.244/2010, que prevê que todas as instituições de ensino públicas e privadas possuam biblioteca. Além disso, as unidades deverão disponibilizar número de livros no mínimo igual ao de alunos. As escolas têm prazo de dez anos para se adequarem à lei.

Dados do Censo Escolar 2009 revelam que a maioria das escolas públicas da educação básica, e parte dos estabelecimentos privados, não têm bibliotecas.

O dirigente regional de ensino, Moacir Rossini, declarou que maioria das 30 escolas de Limeira já possui ambiente para leitura, mesmo as que não têm bibliotecas. Para a aplicação da lei, ele aponta a necessidade de adaptações nos espaços e lembra que não existe cargo de bibliotecário, trabalho geralmente feito por professores. Ele avalia que dez anos é tempo suficiente, mas no Estado a situação não preocupa. “Em São Paulo, que tem receita, esse problema é menor, diferentemente das regiões Norte e Nordeste”, diz.

Quanto à realidade limeirense, a Diretoria Regional de Ensino não possui números do acervo das escolas. “O Estado envia frequentemente livros de qualidade. Às vezes as escolas não têm espaço para acomodá-los”, diz Rossini.

A Secretaria de Estado da Educação informou que as “salas de leitura, que já somam mais de quatro mil no Estado, começaram a ser implantadas nos anos 80 e que em 2009 mais de 1,5 milhão de livros foram entregues às unidades. No entanto, no que se refere aos planos para o cumprimento da lei, a pasta informou que “os planos para implementação ainda serão elaborados”.

Nas escolas estaduais com salas de leitura consultadas pela Gazeta, os impedimentos para a substituição por uma biblioteca são espaço e profissionais. “Há uma sala, mas que não possui a organização de uma biblioteca. A maior necessidade é de espaço físico, além de material humano”, informou o responsável de uma unidade. No local, não há número aproximado do acervo e a sala com os livros não possui acesso dos alunos.

Em outra instituição estadual, a situação é parecida. Os livros ficam numa sala pequena, que comporta no máximo três pessoas entre as prateleiras, mas os alunos têm acesso. “Anotamos os dados e a criança pode retirar o livro”, diz um responsável, que aponta também, além do espaço, a falta de profissional para o trabalho. “Recebemos funcionários provisórios, mas no geral são professores readaptados que acabam cuidando disso”, complementa.
Nas escolas ouvidas, os responsáveis aguardam orientações de como proceder para o cumprimento da nova lei.
REDE MUNICIPAL E PARTICULAR

Já no âmbito municipal, o secretário de Educação Antonio Montesano Neto declarou que, das 42 escolas com ensino fundamental, 18 possuem salas para biblioteca e as outras 24 contam com acervos na própria sala de aula, os “cantinhos de leitura”. “Dentro do que esta lei caracteriza as bibliotecas, como coleção de livros e materiais disponíveis para consulta, o município atende ao exigido”, disse.
Quanto ao acervo, Montesano diz que o total de livros ultrapassa tranquilamente o número de alunos. “A rede possui 25 mil alunos e só no ano passado foram entregues 30 mil exemplares. Há ainda a parceria com editoras, em que os alunos ganham kits com livros”, explica. Quanto aos acervos na sala de aula, que substituem as bibliotecas, a diretora do Centro Municipal de Estudos Pedagógicos (Cemep), Denise Ribeiro Massaguer, explica que, por se tratar de crianças, os “cantinhos de leitura” facilitam o acesso às obras. “Eles têm o livro à mão e podem usá-lo quando acabam a lição, por exemplo. Muitos professores defendem esse tipo de iniciativa”, explica. Antônio Francisco dos Santos, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), da Região de Campinas, diz não saber números exatos, mas que a maioria das instituições particulares da cidade possui biblioteca. “As escolas privadas conseguem se adequar em pouco tempo, mas dez anos é um prazo muito longo. A lei chegou tarde. O hábito da leitura surge, senão em casa, na escola, e se não houver isso na infância é mais difícil que os livros atraiam na fase adulta”, pondera. (DL)
Publicado originalmente no jornal Gazeta de Limeira em 03/06
http://www.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=38079

Lei obriga a construção de 93 mil bibliotecas em 10 anos

"Para cumprir as orientações da lei sancionada no final de maio pelo presidente Lula, o Brasil terá de construir pelo menos 25 bibliotecas por dia. A meta a ser atingida em 2020 prevê que todas as escolas de ensino básico terão uma biblioteca instalada. Cada unidade deverá ter no acervo um título por aluno matriculado, entre livros e materiais audiovisuais.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, a aprovação da lei foi um avanço, mas já enfrenta grandes desafios.

“É uma lei que precisa ser efetivamente colocada em prática porque a existência de bibliotecas nas escolas é fundamental para que a gente tenha uma educação de qualidade. Mas também é preciso que tenha pessoas que possam orientar a pesquisa dos alunos, além de se ter espaços convenientes para receber esses livros.”

Para tornar viável a construção de 93 mil bibliotecas em um prazo de 10 anos e garantir outros avanços, Franklin defende o investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país em educação. Hoje, apenas 4,5% das riquezas geradas são destinadas para esse fim.

“É preciso regulamentar o regime de colaboração entre os estados e municípios para que possa haver um trabalho integrado entre essas esferas de poder. Isso tudo precisa ser feito. É ousado, mas a educação precisa de pessoas ousadas e que esteja realmente sustentado em um projeto claro de financiamento.”

Em paralelo à construção de bibliotecas, há o desafio de se formar especialistas na área. Atualmente existem 20 mil bibliotecários no Brasil. Ou seja, apenas 10% da demanda."

Fonte: Radioagência NP, Jorge Américo. São Paulo em 02/06
http://www.radioagencianp.com.br/8721-lei-obriga-a-constru%C3%A7%C3%A3o-de-93-mil-bibliotecas-em-10-anos

Mais da metade das escolas do RN não tem biblioteca; nova lei obriga equipamento em todas

"Houve um tempo, na história da educação brasileira, que frequentar a biblioteca da escola era uma forma de castigo. O aluno que não se comportava bem tinha a obrigação de todos os dias visitar a biblioteca até conseguir ler uma coleção completa dos grandes clássicos da literatura. Quem já passou por uma prenda desse tipo hoje se regojiza com a aprovação da lei proposta pelo governo federal, que obriga toda escola a ter uma biblioteca e possibilita que o estudante possa desfrutar da leitura não apenas como um castigo ou obrigação, mas como um direito e, acima de tudo, um prazer. No Rio Grande do Norte, apesar de o governo do estado desde 2004 ter lançado o programa Biblioteca para Todos, elas estão em funcionando em cerca de 35% das escolas. A novidade foi comemorada por educadores.

A lei está sendo aplaudida por secretários de Educação, diretores de escolas, sindicalistas, estudantes e pais. Mas para atender às normas, no entanto, as instituições precisarão fazer algumas adequações, como oferecer e ampliar o espaço, além de adquirir mais equipamentos e material para pesquisa.

Segundo a responsável pelas bibliotecas escolares da rede estadual, Erileide Maria Oliveira Rocha, até o momento, o governo já reformou cerca de 200 das 730 bibliotecas escolares. "Elas receberam acervos atuais, equipamentos adequados, ambientação e material didático, além de capacitação para profissionais. Em 2010 foram organizadas 42 bibliotecas e, atualmente, encontra-se em processo de licitação equipamentos para novas bibliotecas em 82 escolas. Já nas 153 escolas da grande Natal, segundo Erileide quase 100% têm acervo.

Particulares

Nas escolas particulares do Rio Grande do Norte, já existem bibliotecas em praticamente todas, segundo presidente da Associação de Escolas Particulares do RN, Alexandre Magno. Em todo estado são 357 escolas cadastradas e autorizadas a funcionar e as bibliotecas são encaradas como um bom diferencial. Mas não basta construir prédios ouequipar bibliotecas, é preciso em primeiro lugar que atente para a manutenção do acervo e que a escola tenha uma política de incentivo à leitura. "Além disso, a escola tem que ser mais completa, a internet deve fazer parte de todo complexo. Os livros por si só já não satisfazem em termos de conhecimento, porque a internet se acessa o momento atual, ao contrário dos livros que são estáveis, retratando um determinado momento", disse ele.

Por Francisco Francerle, da redação do DIARIO DE NATAL"
Publicado originalmente no Jornal Diario de Natal em 02/06

42% das escolas em Mato Grosso não têm biblioteca

Por Fernando Duarte

Com a aprovação da Lei 1.244 que obriga a instalação de bibliotecas nas escolas, Mato Grosso terá que reforçar o investimento nesse espaço de aprendizado básico. Das 704 escolas da rede estadual, mais de 300 não possuem biblioteca. Em Cuiabá, das 97 escolas municipais, quase 30 não contam com a estrutura, e as que possuem não estão no padrão de qualidade exigido pelo Ministério da Educação (MEC).

Muitas vezes não existem livros catalogados ou locais adequados para colocar os títulos e a figura do bibliotecário é exercida por professores, ou seja, desvio de função. O governo federal deu um prazo de 10 anos para todas as escolas se adequarem à lei.

A Escola Municipal Irmã Maria Betty Pires, no bairro Novo Mato Grosso, em Cuiabá, existe há 20 anos e não possui biblioteca, somente um espaço usado como "depósito" de livros. Esse cubículo, de 3 por 3 metros, conta apenas com uma lâmpada e um ventilador. Os livros ficam amontoados, próximos a uma caixa de papelão e dificilmente cabe mais de 3 alunos lá dentro. O local era uma antiga sala de apoio, onde os estudantes recebiam reforço das aulas.
Na Escola Municipal Doutor Fábio, em Cuiabá, a biblioteca dos estudantes é um carrinho de supermercado, que vai de sala em sala.

Os livros entregues pelo MEC ainda estão nas caixas porque não há local adequado para colocá-los. "Os professores só trabalham com esses livros na sala de aula", explicou a coordenadora da escola, Maria Aparecida de Almeida.

Ela lembra que existe procura pelos estudantes por livros, mas a falta de estrutura coloca apenas os títulos didáticos à disposição. Almeida destaca que o principal motivo é a falta de recursos, por isso a intenção é que uma empresa privada ou estatal faça uma parceria com a unidade para que invista na infraestrutura educacional.

"Nem sabia que tinha esse espaço", disse Paulo Vinícius Arruda, 12, que está no quinto ano. A outra estudante, Angélica Patrícia Gomes da Silva, 10, diz que gosta de ler e procura os professores, mas, apesar do interesse, tem como barreira a falta de um lugar específico. "Se tivesse mais livros seria bem melhor".

A escola Irmã Maria também necessita de mais segurança. No final do ano passado, a Secretaria Municipal de Educação (SME) repassou 12 computadores para a instituição, no entanto, poucos dias depois todos foram roubados. Como não houve uma reposição, o local que deveria ser uma sala de informática tem hoje mesas vazias e um emaranhado de fios.

Carrinho de compra - Na Escola Municipal Doutor Fábio Firmino Leite, no bairro Dr. Fábio, também não há biblioteca. Ela já teve um lugar específico para os livros, mas o local teve que dar espaço para uma sala de informática. Os livros, então, foram remanejados para uma sala que atualmente é de apoio.

Segundo a diretora Dalva Catarina do Nascimento, os estudantes leem nas salas de aula ou nos corredores. Para isso, uma rede de supermercados da Capital doou um carrinho de compras em que são postos os livros e entregues de sala em sala, numa espécie de "biblioteca ambulante". "Nós precisamos de 2 carrinhos, mas o supermercado que nos apoiou só deu 1".

Tanto os livros acumulados na sala de apoio quanto os do carrinho não são catalogados e não têm divisão por assunto ou por autor. Assim, os alunos procuram aleatoriamente os títulos. "Por causa da demanda do bairro foi necessário transformar a antiga biblioteca em sala de aula".

A diretora afirma que o terreno da instituição é amplo, onde poderia ser construída uma biblioteca, porém ela aponta a falta de recurso para que um possível projeto seja implementado.

Sala de apoio - A Escola Estadual João Crisóstomo de Figueiredo está localizada 3 quadras depois da Firmino Leite. Ao entrar na biblioteca da instituição, a impressão que se tem é que uma nova sala de aula foi construída no local. O ambiente também virou sala de apoio, por isso, o silêncio característico e necessário para uma biblioteca não existe.

Assim, não apenas os professores sofrem com os "desvios de função", mas a própria estrutura das escolas que, por falta de espaço, é obrigada a receber estudantes que precisam de reforço escolar.

A coordenadora da escola, Rosilene Amorim, lembra que, como não existe um bibliotecário, o espaço é administrado pelos professores e, às vezes, até por ela mesma. "Na medida do possível, quando os estudantes demoram para encontrar um livro, eu ajudo a procurar".

Na biblioteca da João Crisóstomo também não existe uma organização dos livros por título ou autor e nem armários suficientes para colocá-los (muitos deles estão no chão).

Exemplo - A Escola Estadual Djalma Ferreira de Souza, no bairro Morada do Ouro, é um exemplo de acesso a livros (didáticos ou não) aos alunos. Na escola existe uma biblioteca em que os livros estão catalogados no computador, com a quantidade total e os títulos em ordem alfabética.

Na seção "A" estão mais de 400 livros de pesquisa e sobre informações do Estado; na "B" estão os relacionados a poemas, teatro, cultura em geral, com mais de 700 unidades; na "C" estão 560 livros relacionados a contos, novelas, etc; e na "D" estão os quadrinhos de autores como Ziraldo.

"Achei que dessa forma ficaria melhor", conta a professora (que atua como bibliotecária) Maria da Glória Carvalho. "Ensinar é viajar nos livros".

A escola tem 540 alunos, ou seja, tem mais de 3 livros por aluno, 2 livros a mais que o solicitado na lei do governo federal que exige pelo menos um título para cada estudante matriculado.

Os livros podem ser emprestados por uma semana ou mais. Quando o aluno pega um deles, se identifica em uma ficha que fica na biblioteca, assim Carvalho tem o controle de saída e entrada.

A aluna Letícia Antunes, 11, além dos didáticos, lê também romance. O último que concluiu foi "Lua Nova". "Tenho que pegar Crepúsculo ainda".

Para livros que o MEC não disponibiliza, os alunos têm acesso por meio de doações de professores ou arrecadando dinheiro entre eles. "Leio só um por mês, mas são todos livros grossos, com muitas páginas".

Outro lado - A coordenadora de Biblioteca Escolar da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Telma Peres, apontou que entre os anos de 2007 e 2010 houve um grande aumento do número de bibliotecas no Estado: de 99 para 400. Segundo ela, isso se deve a injeção de recursos federais pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Peres afirma que 100% das escolas não possuem biblioteca por falta de "espaço físico" e acaba não tendo possibilidade de construir os locais adequados. Em relação ao "desvio de função", ela lembra que não há profissionais graduados para ocupar o cargo de bibliotecário. "Só a Universidade Federal de Mato Grosso de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá) tem o curso de Biblioteconomia".

A coordenadora de Organização Curricular da Secretaria Municipal de Educação, Eliane Quinhone, reconhece que das 70 bibliotecas nas escolas municipais, poucas têm um espaço adequado e um acervo para todos níveis escolares, com o parâmetro utilizado pelo MEC.

Mas destaca que Cuiabá possui bibliotecas modelo, como a da Escola Ranufo Paes de Barros, em que a estrutura também é aberta para a comunidade, e que fazem parte do projeto "Saber com Sabor".

Quinhone afirmou que desde 2008 o município faz adequações, inseridas no Plano de Ação Articulada (PAR), em que estão programadas a construção e adequação de 10 bibliotecas por ano em Cuiabá.

Fonte: Jornal A Gazeta
http://www.reporternews.com.br/noticia.php?cod=284388

Bibliotecas e o novo papel pedagógico das escolas

Antônio Almeida

O caminho para termos um Brasil melhor, mais justo e desenvolvido passa pelo investimento em educação. Só ela é capaz de multiplicar a produção e a criação de novos empreendimentos, gerar progresso em larga escala, reduzir a violência e tornar as pessoas mais felizes e produtivas. É a solução de todos os problemas, pois ensina a resolvê-los. Somente a educação pode nos propiciar o tão sonhado salto para o primeiro mundo.

Pode ser considerada uma grande vitória da educação, a nova lei, sancionada recentemente pelo presidente Lula, que obriga todas as instituições de ensino do País, públicas e privadas, a manter uma biblioteca escolar. O acervo das bibliotecas deverá conter, no mínimo, um título para cada aluno matriculado no estabelecimento.

A norma, que já deveria ter sido adotada há muitos anos, estabelece um prazo exagerado de dez anos para que as instituições se ajustem à exigência. Cinco anos seria um prazo mais do que razoável para a medida. Essa lei foi uma reivindicação do Conselho Federal de Biblioteconomia para o incentivo às bibliotecas na rede educacional particular e pública.

É um diploma legal muito importante, que vem ao encontro do incentivo à leitura e a projetos culturais e educacionais que o Brasil precisa implementar. Todas as atividades que estimulam o hábito da leitura, o conhecimento dos diferentes tipos de fontes informacionais e a utilização metódica para obtenção de material bibliográfico são fatores muito importantes, que influenciam o aprendizado nos diversos momentos da vida. Sem dúvida, os serviços bibliotecários de incentivo à leitura, integrados ao processo de ensino aprendizagem, favorecem o desenvolvimento e consolidação do hábito de leitura.

Essa lei, que define como biblioteca escolar a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados, destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura, representa um avanço grandioso. O Brasil carece de bibliotecas. Temos uma para cada 33 mil habitantes. Enquanto na vizinha Argentina, há uma para cada 17 mil habitantes.

Dados do Censo Escolar 2009 revelam que, atualmente, apenas 40% dos colégios da educação básica possuem essa estrutura. Agora todas as instituições de ensino do nosso País terão de oferecer bibliotecas aos estudantes. Dos 25.923 colégios do ensino médio do País, 18.751 (72,33%) têm essa estrutura. No ensino fundamental, a proporção é inferior: somente 34,38% das 152.251 escolas garantem esse acesso aos alunos.

A realidade nos mostra que a maior dificuldade para as escolas conseguirem montar bibliotecas hoje em dia é a infraestrutura. O grande desafio para os sistemas é construir espaços físicos, instalações e pessoal para trabalhar nesses ambientes. Neste sentido, o Ministério da Educação precisa oferecer aos Estados e municípios programas que disponibilizem acervos de obras para as escolas.

A quantidade de bibliotecas disponíveis no Brasil – espaços essenciais para promover a leitura e o letramento da população – está muito aquém do desejado. No entanto, a lei deixa claro que não basta criar os espaços, é preciso investir nos acervos.

Outra lei muito importante, publicada no Diário Oficial da União, altera a Lei de Execução Penal e obriga a instalação, nos presídios, de salas de aula destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante. Segundo a Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca Brasil) menos de 20% da população carcerária tem acesso a algum tipo de atividade escolar. Cerca de 70% dos detentos não possuem ensino fundamental completo e 8% são analfabetos.

A lei que obriga todas as instituições públicas e privadas de ensino do País a ter uma biblioteca irá redefinir o papel político-pedagógico dos acervos literários nas escolas e sua importância na formação do hábito de leitura. Muitas vezes a escola possui uma excelente biblioteca, mas é um museu de livros. Uma biblioteca, para funcionar bem, precisa de espaço e mobiliário adequados, além da presença de um bibliotecário de formação.

Em Goiás, das 1.090 escolas públicas estaduais, 922 têm bibliotecas, minibibliotecas ou salas de leitura. Em Goiânia, das 165 escolas da rede pública, 115 possuem sala de leitura. Mas é preciso ressaltar o trabalho desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação, na excelente gestão da professora Milca Severino, que montou 3.074 cantinhos de leitura com um acervo de quase 300 mil livros em escolas de ensino fundamental, no ano passado. Outros 123 mil títulos estão sendo distribuídos para as escolas, neste ano, sem contar obras de apoio aos professores que também compõem os acervos das bibliotecas.

A Pasta da Educação Municipal em Goiânia, sob o comando da professora Márcia Carvalho, uma gestora diferenciada, inovadora e profundamente dedicada ao seu ofício, também tem feito grandes investimentos na aquisição de livros, ampliação de vagas na rede física, implantação de novas propostas de ensino, valorização dos profissionais, informatização e avaliação de sistema.

Não obstante, para que a universalização das bibliotecas seja realmente efetivada, é essencial o trabalho de gerenciamento e fiscalização de cada Estado e município brasileiro. Em Goiás, o Conselho Estadual de Educação terá uma tarefa desafiadora, no sentido de fiscalizar o cumprimento dessa nova lei por parte dos estabelecimentos de ensino instalados em nosso Estado.

A propósito, a aplicação em Goiás dessa nova lei que prevê a universalização das bibliotecas nas escolas públicas e privadas deveria vir acompanhada do cumprimento da exigência constante em resolução do Conselho Estadual de Educação, que obriga a inclusão do estudo dos autores goianos e de suas obras literárias no currículo de todas as escolas de ensino fundamental e médio, em consonância com as diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Educação.

Através desse acesso, as crianças e os adolescentes matriculados tanto na rede pública quanto na rede privada irão descobrir, nas bibliotecas escolares, a alma goiana, conhecendo os nossos autores e os seus livros. Assim poderão ampliar a sua visão, dentro do propósito de melhor se situarem segundo as exigências do mundo contemporâneo.

Antônio Almeida é presidente do Conselho de Responsabilidade Social da Fieg, conselheiro do Cores da CNI, presidente do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado de Goiás (Sigego) e Abigraf/Regional Goiás e diretor-presidente da Editora Kelps

Fonte: Diário da Manhã, Goiás, seção Opinião em 01/06/2010.

Rio precisa de 3.271 bibliotecas

Escolas não estão adequadas a nova lei federal. Nos municípios, apenas 42% das unidades de Ensino Fundamental têm acervo

POR CRISTINE GERK

Rio - O Rio vai ter que se apressar para construir 3.271 bibliotecas nas escolas dos ensinos Fundamental e Médio nos próximos anos. Lei federal sancionada semana passada determina que todas as instituições de educação do País tenham acervo até 2020, mas nem as escolas particulares fluminenses estão dentro da meta.



O maior problema está nos municípios. Só 42% das 3.833 escolas municipais de Ensino Fundamental no estado estão adequadas. No Médio, o índice sobe para 72% das unidades, mas ainda está longe do ideal.

O diagnóstico tem como base os dados do Censo da Educação Básica de 2008. O Ministério da Educação ainda vai divulgar o levantamento mais detalhado do estado para saber em que municípios a situação está mais crítica.

A Prefeitura do Rio informou que todas as 1.064 escolas da rede têm sala de leitura. Em Nova Iguaçu, o governo admite que há unidades sem biblioteca, mas reforça que projeto desenvolve leitura e escrita em todos os estabelecimentos. Mesmo as escolas que não têm acervo investem na compra de livros e no incentivo à leitura.

CARÊNCIA DE BIBLIOTECÁRIOS

O problema não é exclusivo do nosso estado. Na Educação Infantil, apenas 30% dos colégios de todo o Brasil têm biblioteca. Seria necessário criar 21 por dia para cumprir a nova lei. A legislação estabelece que as bibliotecas devem ser administradas por especialistas da área — os bibliotecários. Mas hoje há um total de 21,6 mil profissionais habilitados, enquanto o País conta com aproximadamente 200 mil escolas de Educação Básica.

“É superimportante que as escolas invistam nisso. O Ciep onde trabalho tem biblioteca. Os alunos usam para pesquisar temas, fazer trabalhos. Muitos só têm acesso a livros por ali”, defende a professora de Geografia Clea de Andrade.

Luis Norberto, do Comitê Gestor do Todos pela Educação, acredita que o desafio será superado com o envolvimento de toda a sociedade. Para ele, mais empresários poderiam se engajar na causa.

Publicado no Jornal O Dia em 03/06/
http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010/6/rio_precisa_de_3_271_bibliotecas_85732.html

Brasil vai precisar de pelo menos 178 mil bibliotecários até 2020

Saiu no Guia do Estudante:
" Atualmente, país só tem 21,6 mil formados em Biblioteconomia. Por lei, é preciso ter diploma para trabalhar na área

Além de ter de construir 25 bibliotecas por dia, o Brasil terá de, pelo menos, formar oito vezes mais bibliotecários até 2020. Lei aprovada no fim de maio determina que toda escola precisará de um acervo administrado por especialista.

Segundo o movimento Todos pela Educação, hoje existem 21,6 mil profissionais habilitados e 200 mil escolas de educação básica. Uma conta simples mostra um abismo de, pelo menos, 178,4 mil bibliotecários.

Mas o número pode ser muito maior: poderá ser necessário haver mais de um bibliotecário por escola, e nem todo bibliotecário já habilitado trabalha em escolas.

"Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário", diz a lei aprovada por Lula.

Duas leis federais determinam que só formados em Biblioteconomia podem trabalhar como bibliotecários. Os cursos de Biblitoeconomia duram, em geral, 4 anos e são oferecidos pelas grandes universidades públicas do país."

http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular/noticias/brasil-vai-precisar-pelo-menos-178-mil-bibliotecarios-2020-566130.shtml

35,3% das escolas públicas da RPT não têm biblioteca

Marcelo Rocha

A biblioteca é um cenário ainda desconhecido para muitos alunos de ensino fundamental na RPT (Região do Polo Têxtil). De um total de 102 escolas da rede pública pesquisadas pelo LIBERAL, 35,3% delas não contam com o espaço. A pesquisa foi realizada esta semana nas cidades de Santa Bárbara D´Oeste, Hortolândia, Nova Odessa e Sumaré. Americana, que também foi consultada, não passou números, mas informou que todas as escolas da rede possuem bibliotecas.

Os dados sobre acervos de livros passaram a ter sentido nos últimos dias, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, no último dia 24, a Lei Federal 12.244, que obriga, entre outras coisas, todos os estabelecimentos de ensino do País a terem bibliotecas organizadas para pesquisa e estudo de seus alunos. A legislação prevê também, um prazo de 10 anos para que as escolas cumpram a medida.

Pelos dados levantados, apenas 66 escolas de ensino fundamental possuem espaços para biblioteca entre as cidades consultadas pela reportagem. O governo define na lei que estes locais devem contar com "coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinado a consulta, pesquisa, estudo ou leitura".

Duas cidades pesquisadas apresentaram um déficit maior no número de bibliotecas. Em Sumaré, apenas 31,42% das escolas possuem biblioteca, representando 11 dos 35 estabelecimentos de ensino fundamental. O diretor de Assuntos Pedagógicos da Secretaria de Educação de Sumaré, Emílio Augusto, ressalvou que as 24 restantes possuem espaços alternativos de leitura.

Já em Nova Odessa, existem 20 escolas de ensino fundamental e apenas 11 possuem bibliotecas, representando 55% da totalidade dos estabelecimentos de ensino na cidade. O coordenador da Secretaria de Educação de Nova Odessa, Assis das Neves Grillo, ressalvou que as nove unidades que não têm espaço adequado para biblioteca, possuem acervo.

No ensino fundamental de Santa Bárbara D´Oeste existem 25 escolas de ensino fundamental, sendo que 22 delas possuem bibliotecas e salas de leitura. O secretário de Educação do município, Herb Carlini, acrescenta que a implantação nas três escolas que não contam com o espaço está em curso. Segundo ele, no ensino fundamental estudam 7.839 alunos.

O coordenador pedagógico da Secretaria de Educação de Hortolândia, Edivaldo Marcondes Leonardo, conta que todas as 22 unidades de ensino fundamental do município, com 14.381 alunos matriculados, adequaram seus espaços com salas de leitura e com materiais específicos.

O diretor de Educação Infantil da Secretaria de Educação de Americana, Pedro Feltrin Nali, informa que todas as escolas de ensino fundamental do município possuem bibliotecas. Atualmente, a rede tem 6 mil alunos matriculados.

Publicado originalmente no jornal O Liberal
http://www.oliberalnet.com.br/cadernos/cidades_ver.asp?c=0398E947110