sábado, 19 de junho de 2010

Campanha do Cartão Postal

A Biblioteca Pública de Praia Grande está com uma campanha muito legal. Confira:

Alunos de escola pública participam do projeto Eratóstenes

"Há 2.300 anos, na distante cidade de Alexandria, norte da Africa, viveu um filósofo grego chamado Eratóstenes. Dentre as muitas contribuições do filósofo para a humanidade o que mais chamou a atenção foi ele ser o responsável pela primeira teoria de que o nosso planeta é uma esfera, e não um plano, como todos imaginavam à época em que viveu.

Ao contrario de Galileu, Erastótenes não foi condenado por toda a sociedade e tratado como louco. O método usado por ele para chegar à conclusão é, até hoje, citado como exemplo de como uma simples observação de fenômenos do dia a dia podem ser usados para descobrir fatos importantes para a ciência, e ao mesmo tempo, torna-se um raciocínio bastante simples e altamente genial.

Por meio de um pergaminho recebido pelo filósofo, que também foi um dos primeiros bibliotecários que se tem conhecimento, que cuidava da biblioteca de Alexandria, percebeu escrito no documento, que em um determinado dia do ano (21 de junho) na cidade de Syene, exatamente ao meio dia, o sol refletia por completo em um profundo poço, sem fazer qualquer sombra. após um ano resolveu fazer uma experiência em Alexandria. Fincou um poste no chão e esperou que no dia 21 de junho exatamente ao meio dia tivesse o mesmo resultado qeu na cidade de Syene. Um curioso fato aconteceu: o poste fez sombra, o que levou o matemático a supor que tal fato só poderia ocorrer se o terra fosse não fosse um plano como todos imaginavam. Sabendo a distância entra as cidades, e os ângulo obtido pela sombra do sol no poste, Eratóstenes chegou a um cálculo de aproximadamente 40 mil quilometros. o que seria, no seu entendimento, a circunferência da Terra.

Com base na história do Filósofo, o Departamento de Física da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Buenos Aires criou o projeto Eratóstenes, onde duas escolas em pontos distintos refazem a experiencia do grego, no Brasil, o Projeto Eratóstenes é divulgado pela OBA e vinculado ao Programa Casa da Ciência, da UFMS.

Uma das escolas que vai participar do projeto em Mato Grosso do Sul é a Escola Estadual Dona Consuelo Muller. Segundo o professor de física e responsável pelo projeto na escola, Suintila Valiños Pedreira, a escola foi convidada para participar pela universidade argentina e já tem um parceiro para fazer as medidas. "É como se uma escola fosse o ponto de Alexandria e a outra a cidade de Syene. Com os valores repassados podemos refazer os mesmos calculos que Erastótenes fez", explica Suintila.

A medição na escola começará as 11h30 e será feita a cada 10 minutos até as 12h30. a Escola Estadual Dona Consuelo Muller fica na rua Equador, 70 na vila Jacy, em Campo Grande.

Para mais informações o professor Suintila disponibiliza em seu blog (www.seraoextra.blogspot.com), vídeos explicativos de como é feita a medição. Contatos: Professor Suintila: (67) 9255-8087

Cultura,pura
Rodrigo Ostemberg - DRT/MS 623"
Publicado originalmente em: http://www.jornaldiadia.com.br/jdd/atletismo-e-esporte/36122-alunos-de-escola-publica-participam-do-projeto-eratostenes

Morreu José Saramago

"José Saramago, 1922-2010
Morreu José Saramago. Morreu o genio da moderna literatura portuguesa. Muito irá se escrever sobre ele e sua literatura, seus romances, seus personagens, suas frases inesquecíveis porém, e acima de tudo, sobre o fato de ter sido ele o único premio Nobel em lingua portuguesa; é pouco para este profundo conhecedor de sua lingua e todas as suas nuances. Como ele mesmo disse: “não há somente uma lingua portuguesa, há várias linguas em portugues”. Só uma pessoa como ele seria capaz de dizer isto com tamanha propriedade. Por causa dele o portugues tornou-se uma lingua conhecida e respeitada e, embora haja tanto o que dizer, neste momento só há que lamentar a sua ausencia; “ele já não mais está”."
Colaboração enviada por nossa colega Sandra Martins da Rosa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Entrevista da presidente do CRB8

O Jornal da TV Câmara entrevistará a presidente do CRB8, dia 18 às 12h.
Canais 12/66 da TVA e 13 da NET.

Arraiá da Biblioteca Escolar

Amanhã tem Arraiá da Biblioteca Escolar. Venha comemorar conosco. Confirme sua presença pelo telefone 50821404, para não faltar pipoca.

CDU online

A tabela CDU está disponível online e em português. Sumário com 2000 entradas (das 68000 da tabela completa)
Link para consulta: http://www.udcc.org/udcsummary/php/index.php?lang=pt
ou
http://tinyurl.com/tabelacdu

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Prazo de inscrições para o VIVALEITURA 2010 termina em 2 de julho

"Está chegando o fim do semestre, o tempo está passando rápido e uma porção de coisas planejadas não teve tempo para serem realizadas. E ainda tem a Copa do Mundo para reduzir ainda mais o tempo!

Para não perder mais uma oportunidade, lembre-se que as inscrições para o PREMIO VIVALEITURA termina dia 2 de julho.

O tempo é pouco, os prazos apertados, muitas demandas. Mesmo assim, não se esqueça que aquela experiência que está participando ou coordenando e que está dando certo, precisa ser divulgada para poder crescer mais ainda. Portanto, se você está desenvolvendo alguma experiência com leitura na escola, em bibliotecas ou socialmente, a hora é essa!

O PREMIO VIVALEITURA está voltado para o reconhecimento de trabalhos em prol da leitura, organizado em três categorias: São elas: (1) Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; (2) Escolas públicas e privadas; e (3) Sociedade: empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais. Um trabalho de cada categoria é premiado com R$30.000,00.

As inscrições podem ser feitas por meio do site: www.premiovivaleitura.org.br, ou por carta registrada, com aviso de recebimento (Caixa Postal 71037-7 - CEP 03410-970 - São Paulo – SP). Informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-7700987. As ligações são gratuitas."
Conselho Federal de Biblioteconomia

Prefeituras ganham mais tempo para indicar bibliotecas que receberão telecentros

Agência Brasil

Os municípios brasileiros têm até o dia 25 de junho para indicar as bibliotecas públicas municipais que poderão ser contempladas com novos telecentros comunitários. O prazo, que venceria nesta terça (15), foi prorrogado pelo Ministério das Comunicações, com o objetivo de ampliar o número de espaços com acesso gratuito à internet.

Até agora já foram entregues 7 mil telecentros para 5.480 municípios, o que significa que 98,25% dos municípios do Brasil têm pelo menos um telecentro comunitário. A contrapartida municipal é a disponibilização do espaço físico para a instalação dos equipamentos e de monitores para atendimento ao público.

Os telecentros serão instalados apenas nas bibliotecas públicas, e não em bibliotecas de escolas. A iniciativa faz parte do programa de inclusão digital do governo federal.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/15/brasil,i=197829/PREFEITURAS+GANHAM+MAIS+TEMPO+PARA+INDICAR+BIBLIOTECAS+QUE+RECEBERAO+TELECENTROS.shtml

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Bibliotecas públicas de todo país vão receber telecentros comunitários

Renata Maia. Data: 9/06/2010.
Fonte: Ministério das Comunicações.

Está aberto, até o terça-feira, 15 de junho, prazo para todos os municípios brasileiros indicarem ao Ministério das Comunicações as bibliotecas públicas municipais - e não bibliotecas de escolas - que poderão ser contempladas com novos telecentros comunitários. A iniciativa faz parte do programa de Inclusão Digital do Governo Federal, que vem realizando um grande esforço para diminuir o número de brasileiros sem acesso à internet.

Até o momento, já foram entregues sete mil telecentros para 5.480 municípios, o que significa que 98,25% dos municípios do Brasil já conta com pelo menos um Telecentro Comunitário, cuja composição é de: 11 computadores – 10 terminais e um servidor – cada, além de impressora a laser, projetor data-show, um roteador para acesso à internet e o mobiliário, que inclui armários, cadeiras e mesas. A contrapartida municipal é a disponibilização do espaço físico para instalação dos equipamentos e de monitores para atendimento ao público.

A novidade, nesta fase do programa, é que os telecentros serão instalados exclusivamente em bibliotecas públicas. Segundo o Coordenador-Geral de Acompanhamento de Projetos Especiais da Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações, Carlos Paiva, a intenção é incentivar a população a visitar a biblioteca, diversificar as fontes de consulta e oferecer, a toda a comunidade, acesso gratuito às novas tecnologias. “Nosso objetivo é garantir que a biblioteca pública continue sendo um local de democratização do acesso à informação e ao conhecimento”, afirma. Os novos telecentros deverão ser instalados até o final do ano.

Para maiores informações:
Ministério das Comunicações. Coordenação-Geral de Acompanhamento de Projetos Especiais. E-mail: cgpe@mc.gov.br

Livro digital facilita acesso de estudantes

"Rogerio Jovaneli, de INFO Online

SÃO PAULO - Os universitários estão lendo menos? O livro digital ameaça as editoras e sugere o desaparecimento do livro tradicional? O livro digital facilita o acesso à leitura dos alunos e do público em geral?

Estas foram algumas das questões discutidas durante a XXIII Reunião Anual da Abeu (Associação Brasileira das Editoras Universitárias).

O evento, ocorrido entre os dias 7 e 10 de junho, reuniu na sede da Fundação Editora da Unesp, em São Paulo, profissionais do mercado editorial e acadêmicos para reflexão sobre a leitura na universidade e o livro digital.

Segundo pesquisa divulgada por Eliane Yunes, da Cátedra Unesco de Leitura (PUC-RJ), os índices de leitura dos estudantes é baixíssimo ao ingressarem na universidade, mas, ao saírem, há uma melhoria significativa, da ordem de 20%.

Um aspecto fundamental levantado pela especialista é o papel dos professores como mediadores da leitura, "ensinando os alunos a lerem os textos, destrinchando-os, articulando-os, correlacionando os conhecimentos".

Outro fator identificado como estimulante é o acesso aos bens. Nesse sentido, "a internet configura-se como um instrumento facilitador", afirma Yunes, ressalvando, entretanto, que não é neste espaço que se forma um leitor.

"A universidade pode formar novos e perenes leitores, mas cabe ao professor perceber e trabalhar a heterogeneidade de seus alunos", referendou João Luiz Ceccantini, professor do curso de Letras da Unesp, campus de Assis."
Publicado originalmente em INFO online
http://info.abril.com.br/noticias/carreira/livro-digital-facilita-acesso-de-estudantes-14062010-1.shl

Biblioteca Arthur Vianna amarga o abandono

Leitura entregue às traças na maior biblioteca do Pará

Marcelo da Silva, 38, “repara” carros na travessa Rui Barbosa. Entre um trocado e outro, quando diminuiu o fluxo de veículos, ele atravessa a rua e caminha em direção ao Centur.Alguns lances de escada e pronto – Marcelo se vê em seu lugar preferido para “passar o tempo”, como ele mesmo diz: a gibiteca da Biblioteca Arthur Vianna. “Sempre venho aqui quando não tem muito carro lá fora. Gosto de matar a saudade das revistas antigas. X-Men e Novos Titãs são meus gibis favoritos”, conta.

Fernanda Cybelle, 16, é estudante do segundo ano do Colégio Paes de Carvalho e, curiosamente, comemorava seu aniversário com as amigas, sem bolo nem barulho, em uma das mesas do salão central da biblioteca. “Nós adoramos vir pra cá. Hoje fomos liberadas mais cedo e, como temos um seminário sobre Inglês de Souza, viemos adiantar a pesquisa. A biblioteca da escola não supre a nossa necessidade”.

Marcelo, Fernanda e as cinco amigas compunham um pequeno grupo de leitores que aproveitava o final da manhã da última quinta-feira na centenária biblioteca, que em seus vários ambientes, parecia desabitada. A própria gerente, Ruth Vasconcellos, reconhece: já houve dias (bem) melhores. “Há dez anos o público era bem maior,os números mostram isso”, ela diz, como se a realidade não saltasse aos olhos. “A tecnologia levou o usuário a traçar outro caminho na busca por informação. É claro que há maneiras de trazer leitores, mas fica difícil diante da nossa atual situação. Não é bonito dizer isso, mas nosso acervo está desatualizado, e isso prejudica muito o atendimento, porque se o leitor vem e não encontra o que está procurando, nãovolta mais”, pondera.

Atualização e informatização do acervo, instalação de um telecentro, modernização dos equipamentos e aquisição de maquinário e móveis novos.São muitas as necessidades desta que é a mais importante biblioteca pública de Belém, mas que, do alto de seus 139 anos, parece parada no tempo.

A situação se torna mais grave ainda quando se leva em conta que o Pará é o Estado com maior número de municípios sem bibliotecas: dos 143 municípios, 21 não possuem um local reservado para estudo e pesquisa, segundo pesquisa divulgada em abril pelo Ministério da Cultura. Em Belém, só há duas bibliotecas públicas: a Biblioteca Arthur Vianna e a Biblioteca Municipal Avertano Rocha, na orla de Icoaraci.

FALTA ESTÍMULO

Para Ruth Vasconcellos, faz-se necessária a união de esforços para resgatar a importância da biblioteca como espaço de pesquisa e busca pelo conhecimento. “Hoje o professor pede um trabalho, o aluno vai à internet, copia o que for conveniente, e pronto. O educador deve exigir as referências bibliográficas, um conteúdo consistente. Isso acaba forçando uma pesquisa mais aprofundada e levando o aluno a buscar o ambiente da biblioteca”, defende.

Para a pedagoga Luciana Moura Assad, 28, que dá aulas para turmas de 1ª à 8ª série na escola de ensino fundamental Dr.Carlos Guimarães, no bairro da Marambaia, a biblioteca ainda figura como ferramenta indispensável para o ensino, principalmente em um país onde a pobreza limita o acesso à leitura. “Para as classes mais baixas, comprar livros ainda é uma realidade muito distante. A biblioteca é uma ferramenta indispensável, um suporte para professores e alunos”, diz.

Luciana, que dá aulas pela manhã, reserva as tardes para cuidar da biblioteca recém implantada na instituição onde trabalha. Observando de perto a relação dos alunos com o espaço, ela nota que esse vínculo ainda precisa se fortificar. “Estamos fazendo um trabalho de conscientização, porque ainda não existe o hábito de freqüentar o espaço. Os alunos ainda estão aprendendo valores como o cuidado com o livro, o silêncio no ambiente da biblioteca. Estamos criando estratégias para que eles descubram o prazer da leitura, já que na família, muitas vezes, não existe esse estímulo”.

Espaço público amarga má fase, diz direção

Sem orçamento próprio – já que depende dos recursos da Fundação Cultural Tancredo Neves – a Biblioteca Arthur Vianna amarga uma má fase. O salão geral, que antes dispunha de três seguranças, agora conta com um só guarda. Também foi reduzida a quantidade de câmeras de monitoramento em cada sala: de duas para apenas uma. “São os cortes orçamentários”, diz Ruth Vasconcellos. Depois do decreto 1.618, baixado pela governadora Ana Júlia, em abril de 2009, também foi reduzido o horário de funcionamento do espaço: de 8h às 19h passou a ser de 10h às 18h. “O público reclama desse horário. Os estudantes costumavam vir cedo, pesquisar, agora já não dá mais”.

A seção de obras raras guarda relíquias como ‘Rimas Várias de Luis de Camões’, livro datado de 1689.No entanto, está alocada em um espaço sem temperatura adequada, onde se vê um velho e poeirento ar-condicionado. O setor de microfilmagem, que dispõe de apenas duas máquinas, também precisa ser modernizado.

Segundo os relatórios, a biblioteca registrou a visita de cerca de dez mil usuários no mês de maio, o que corresponde a quase 77 mil obras consultadas.Para Ruth, é um número muito abaixo do esperado, mas é também resultado de muito esforço diante da falta de recursos e de estrutura.

“A gente até fica meio triste. É uma imensidão de livros, e o público não usufrui, não desfruta disso como deveria. Tem gente que mora aqui no entorno e não conhece a biblioteca”, diz a gerente do espaço, com pesar. Na tentativa de reverter esse quadro, ela organiza atividades culturais, esquema de visitas monitoradas com as escolas e atividades lúdicas com agendamento.

“Tudo funciona como atrativo para trazer o público que está lá fora”, ela acredita. E aponta o que seria uma alternativa para a revitalização do espaço: “A criação de uma associação de amigos da biblioteca, com um grupo de pessoas que se unisse para angariar recursos em benefício do espaço, dando um suporte orçamentário. Mas precisamos da mobilização da sociedade civil”, desabafa.

O QUE DIZ A LEI

No último dia 25 de maio,entrou em vigência uma lei que determina que as instituições educacionais públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do Brasil deverão ter bibliotecas. As escolas terão um prazo máximo de dez anos para instalarem os acervos de livros,documentos e materiais videográficos.

A determinação prevê um acervo de livros na biblioteca de,no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao sistema de ensino ampliar este acervo,bem como divulgar orientações de guarda, preservação,organização e funcionamento das bibliotecas escolares. Em abril o Ministério da Cultura revelou que o Pará é o Estado com maior número de municípios sem bibliotecas: dos 143 municípios, 21 não possuem um local reservado para estudo e pesquisa.

Em Belém, só há duas bibliotecas públicas: a Biblioteca Arthur Vianna e a Biblioteca Municipal Avertano Rocha, na orla de Icoaraci.

ACERVO

A biblioteca Arthur Vianna possui cerca de 500 mil volumes e recebe de 9 a 10 mil pessoas por mês, que consultam cerca de 75 mil obras. (Diário do Pará em 14/06/2010)

domingo, 13 de junho de 2010

Arraiá da Biblioteca Escolar

Venha celebrar conosco.

Um desafio para os próximos dez anos

"Nelson Patriota- Escritor

O movimento Todos pela Educação acaba de produzir um dos estudos mais minuciosos acerca das bibliotecas públicas em todo o Brasil, com base em dados do censo Educação Básica, de 2008, concluindo com uma constatação espantosa: a de que o nosso país precisará construir 25 mil bibliotecas por dia para enquadrar-se nos parâmetros da lei aprovada na semana passada, determinando que toda escola tenha uma biblioteca até o ano 2020. Sem falar que, hoje, muitas das poucas bibliotecas públicas em operação se encontram em estado deplorável.

É que o déficit de bibliotecas no ensino fundamental soma 93 mil. Mais grave é que falta mão de obra qualificada – bibliotecários – para gerir esses estabelecimentos quando forem retirados dos projetos dos seus idealizadores. De acordo com os cálculos do “Educação para Todos’, o déficit nessa área é de quase 90 por cento!

Os desafios são, portanto, gigantescos, quer do ponto de vista das instalações físicas, quer do ponto de vista de mão de obra qualificada. Abastecer esses novos espaços com livros atualizados e voltados para o ensino fundamental também representará enorme ônus para as finanças municipais.

A lição que se pode extrair desse triplo problema, no entanto, não deixa margem a dúvidas: sem bibliotecas acessíveis, bem-instaladas e modernas, continuaremos a ser um país de poucos leitores, a grande maioria dos quais se dão ao luxo de esnobar os livros como inutilidades dispensáveis.

Discutir a situação das bibliotecas públicas é, todavia, o único ponto de partida que pode levar a uma melhoria dessas instituições, formadoras que são de novos leitores, sobretudo entre as classes mais vulneráveis, que não dispõem de bibliotecas próprias, ou enfrentam grandes dificuldades para iniciar sua formação. A esse respeito, lembraríamos a importância da biblioteca pública de Lisboa para a formação literária do escritor José Saramago, prêmio Nobel de Literatura em 1998, como relata seu biógrafo João Marques Lopes.

O exemplo se torna mais crucial se atentarmos para outro traço da biografia do escritor: sua condição de menino pobre, filho de pais semianalfabetos e pertencentes, portanto, à classe pobre da sociedade portuguesa.

Porque as bibliotecas têm um papel vital nas sociedades democráticas. O historiador Robert Darnton, especialista em história do livro, assim o resume, em seu instigante A questão do livro ? passado, presente, futuro: “As bibliotecas nunca foram depósitos de livros. Sempre foram e sempre serão centros do saber. Sua posição central no mundo do saber as torna ideais para mediar os modos impresso e digital da comunicação. Livros também podem acomodar os dois modos”.

O historiador americano adianta uma questão com que as bibliotecas do futuro ? daqui a dez anos, por exemplo ? terão que lidar e com a qual muitas já o fazem: a “intromissão” da internet e sua elevação a parceiro incontornável da indústria cultural.

Basta pensar, por exemplo, no papel cada vez mais importante que instrumentos de busca como o Google, o Yahoo e outros já exercem atualmente como veículos de informação, sobretudo entre os jovens, e que tende a crescer com o passar dos anos, embora a qualidade e o grau de confiabilidade das informações colocadas na rede mundial ainda sejam questionáveis sob muitos aspectos.

Enfim, a biblioteca existe para promover um bem público: a cultura, ou, nas palavras de Darnton, “o encorajamento do saber”, a “educação aberta a todos”, o que a coloca como forte aliado do estado democrático moderno, através da oferta de livros quer impressos, quer virtuais, possibilitando o acesso a novos saberes às classes menos colocadas socialmente, compensando carências de ordem estrutural dificilmente superáveis por outros meios.

Não se trata, por isso, de cogitar do fim da biblioteca. Antes, é possível imaginá-la, num futuro não muito remoto, como uma aliada da leitura e da educação de homens e mulheres que se deixem atrair pelo canto de sereia das letras. Exatamente como acontece em nossos dias."

Publicado originalmente no Jornal Tribuna do Norte
http://tribunadonorte.com.br/noticia/um-desafio-para-os-proximos-dez-anos/151107