quinta-feira, 24 de junho de 2010

Acesso livre ao RDA

A colega Concília Teodósio e o colega Fabrício S. Assumpção nos informam que teve início hoje o período de acesso aberto ao conteúdo do RDA. O acesso livre será até
31 de agosto de 2010.

Mais informações: http://www.rdatoolkit.org

Vamos aproveitar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Criação da Unidade de Bibliotecas

DECRETO Nº 55.913,DE 14 DE JUNHO DE 2010
Cria a Unidade de Bibliotecas e Leitura,
e altera o Decreto nº 50.941, de 5 de julho
de 2006, que reorganiza a Secretaria da
Cultura.

Veja aqui o decreto

Informação enviada pela colega Maria Imaculada Cardoso Sampaio

terça-feira, 22 de junho de 2010

Arraiá da Biblioteca Escolar

Quem foi, aproveitou.

Biblioteca em ritmo de Copa

Em ano e mês de Copa do Mundo, nada mais natural e propício que a Biblioteca Escolar também entre no clima e dê sua contribuição. Foi o que a Biblioteca Pe. Moreau, do Colégio Santa Maria fez: disponibilizou informações sobre futebol, história das copas, curiosidades sobre os países participantes, os jogadores, etc. organizando uma exposição com livros, revistas, jornais, tabelas e ainda com a participação de trabalhos sobre a África, dentro do projeto Copa do Mundo, desenvolvido pelos alunos dos 9°s anos, na disciplina de Geografia.

Além da Exposição, preparou tabuleiros para partidas de futebol de botão e de moeda, para todos os que lá entravam. A adesão foi geral, sendo que os alunos do 3° ao 5° ano são os que mais jogam, mas o divertimento é de todos, inclusive para nós, funcionários, em vê-los deixando o lanche para poder vir à Biblioteca e fazer uma “partidinha”, deixando o computador para “escanteio”.

Colaboração da colega Marilúcia Bernardi

Veja abaixo algumas fotos da exposição.




segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ciclo de Cultura Afrobrasileira

A Biblioteca Monteiro Lobato, de Osasco está desenvolvendo em parceria com as escolas da região, o Ciclo de Cultura Afrobrasileira. Trata-se de projeto que concretiza a participação de professores, estudantes e artistas, tendo como pilares a tradição oral com contação de histórias(Contos da Senzala), instalações e exposições de projetos de professores, "Quando a resistência se torna arte" com workshops de capoeira e dança, em parceria com a Casa de Angola , por meio do Professor Henrique Teramoto e Celly, orientadora de danças populares.
Além destas atividades, tem online, o apoio de estudantes de História da USP no blog "Africa logo aqui".

Confiram:

Belém assiste ao fim das livrarias

A exemplo de outras, Jinkings anuncia que fechará suas portas

A conformação é incapaz de encobrir a tristeza de dona Isa. Ela, que passou mais da metade da vida entre pilhas de livros e leitores ávidos, revela com pesar e com naturalidade particular expressa em voz firme: a histórica livraria Jinkings, fixada há quase 45 anos no entorno da Praça Batista Campos, fechará as portas no próximo mês.

A notícia está longe de soar imprevisível, já que um anúncio de promoção permanente estampa as vitrines há tempos e o deserto que se tornou o espaço há alguns anos impede qualquer surpresa. De referência turística e ponto de encontro de intelectuais a lugar quase desabitado, a casa passa a integrar o grupo de livrarias extintas em Belém. Sentada em uma das cadeiras estampadas que rodeiam a mesinha no centro da loja, dona Isa Jinkings lamenta. “No mínimo quatro gerações se abasteceram de cultura aqui. Mas hoje as megalivrarias englobaram tudo. Temos uma história muito bonita, mas infelizmente isso não paga as contas. Sem suporte fica impossível seguir adiante”.

A verdade é que hoje quem quer comprar livros vai à internet, à farmácia, ao supermercado, à locadora. As livrarias tradicionais foram obrigadas a dar lugar à multiplicação das livrarias de shoppings. Para o jornalista Elias Pinto, colunista e crítico literário do DIÁRIO, esse é um caminho inevitável. “Já que os corredores dos shoppings são as ruas de hoje, naturalmente as livrarias se mudaram para lá”, diz.

“Belém nunca chegou a ter um número expressivo de livrarias, mas já teve algumas de qualidade, atualizadas e com um bom estoque: a Agência Vecchi, a Agência Martins, a Dom Quixote, a Livraria Maranhense, o Sebo do Dudu. Ocorre, de um lado, que as novas gerações de leitores - leitores de livros, frise-se – também escassearam, e o ramo, como vários outros, ressentiu-se da falta de segurança, e do cada vez mais tormentoso problema de estacionamento. Além disso, hoje boa parte da clientela prefere comprar pela internet. Mas se um dia tivermos um prefeito que promova a urbanização e civilização das nossas ruas, incluindo o centro histórico, as livrarias terão seu lugar nesse cenário”.

Por outro lado, o fortalecimento do mercado de edições de bolso também tem influência nesse movimento, favorecendo a onipresença do livro nas mais diversas prateleiras ao aliar qualidade a preços absolutamente aceitáveis. Os leitores comemoram.

“Bem-cuidado, com boa apresentação gráfica e traduções, em geral, de qualidade, o livro de bolso, também pelo preço e tamanho, tem conquistado novos espaços, aberto novas fronteiras, indo além das livrarias”, diz Elias.

REINVENTAR

Se Belém hoje vê a decadência de suas livrarias tradicionais, por outro lado observa a Feira Pan-Amazônica do Livro, em sua 14ª edição, se tornar um dos eventos literários mais expressivos do país - atrás apenas das Bienais do Livro de São Paulo, Rio de Janeiro e da Feira do Livro de Porto Alegre - e se consagrar como uma das maiores feiras do livro da América Latina.

O segredo? Os shows musicais, saraus, exposições e mostras de cinema são um tempero indispensável nessa receita, assegura o diretor de cultura da Secult, Carlos Henrique Gonçalves.

“As feiras conseguem ser mais que um local para a compra de livros – são um espaço criativo de encontros, ao absorver linguagens artísticas, incorporar novos formatos, oferecer uma programação cultural diversificada. Isso também é ferramenta indispensável para promover a assimilação do hábito da leitura”, acredita. No ano passado, segundo dados do Instituto Mentor, a feira reuniu mais de 500 mil pessoas.

Seguindo esse caminho, o Salão do Livro da Região do Baixo Amazonas, ação de interiorização da Feira do Livro em Santarém, encerrou a terceira edição nesta sexta alcançando um público recorde de 73 mil pessoas em sete dias, de acordo com a organização do evento. Na próxima sexta, o salão chega a Tucuruí, ostentando a satisfatória média de 180 visitantes, somando-se as três edições.

Para Gonçalves, a mesma equação, que tem na programação cultural seu ingrediente chave, deve ser aplicada ao ambiente das livrarias e bibliotecas. Para conquistar leitores, há que se repensar o papel destes espaços e apostar na versatilidade - antes que seja inevitável (e irreversível) fechar as portas.

“Vivemos um momento ímpar de democratização do acesso à informação, e isso exige que as livrarias, assim como as bibliotecas, repensem sua relação com o cliente. É necessário que se tornem espaços mais atrativos, mais dinâmicos para estimular uma relação cultural e educativa com o livro”, diz.

Para Elias Pinto, a verdade é que o livreiro de hoje precisa estar antenado, criar múltiplos canais de contato com seu público-alvo e outros públicos em potencial, buscar o leitor onde ele está, reinventar-se.

“A maioria das livrarias que restaram em Belém não tem páginas virtuais dinâmicas, interessantes, interativas. Também não explora as comunidades de relacionamento, o que seria interessante, por exemplo, para atingir adolescentes e jovens conquistados por essa saga literária juvenil de vampiros, que sucedeu ao Harry Potter e sua turma de Merlins repaginados. Como se vê, até temos novos leitores, o que não temos são novos livreiros, novo não só quanto à sucessão ou faixa etária, mas também disposto a renovar-se”.

MEMÓRIA

A historia da livraria Jinkings começa em um pequeno bangalô na rua dos Mundurucus, a própria casa da família. “Aqui era muito carente de livros, mandávamos buscar via reembolso postal - na maioria, livros didáticos mimeografados, de literatura portuguesa e brasileira. Naquela época, atuando como representantes, vendíamos para os livreiros”, conta dona Isa, relembrando sua trajetória ao lado do marido, já falecido, Raimundo Jinkings.

Em 1979, quando as pilhas de livros já dominavam quase todos os cômodos da casa, e já havia se fortalecido o vínculo com as editoras, o casal decidiu atravessar a rua e construir uma livraria tradicional na rua dos Tamois, interligada, pelo quintal, à antiga residência.

“As pessoas começaram a nos procurar com tanta ansiedade, com tanta avidez, que resolvemos entrar no varejo. Construímos a livraria usando o espaço de duas casas. Nos altos, um grande salão ao qual chamamos Espaço Cultural, era uma bagunça que as pessoas adoravam, livros espalhados por todos os cantos. A casa vivia lotada, principalmente por jovens sedentos por conhecimento depois da repressão”, conta ela.

Ruy Barata, Benedito Nunes, Machado Coelho eram presenças constantes por lá. Mais tarde, Ziraldo, Ligia Bojunga e Ruth Rocha também.


Naquela época, longe do fantasma dos juros e dos cartões de plástico, as retiradas de livros eram registradas em um velho caderninho, com nomes e valores devidamente anotados, para que o cliente pagasse quando pudesse. O negócio prosperava: houve uma época em que existia filiais no shopping, em Santarém, Castanhal, no Colégio Moderno, na Doca e até no Amapá. Com o tempo, foram fechando, uma a uma, restando apenas a matriz, na Praça Batista Campos – com seus atuais quatro andares abarrotados de livros.

“Acho que hoje temos mais de 30 mil exemplares, nem sei dizer”, pensa dona Isa, com o olhar distante. Deve haver bem mais que isso. “A partir do mês que vem, parte desses livros será vendido como papel, por peso, pra não termos que pegar e tocar fogo”, diz. Para o futuro, há planos de abrir uma nova loja, bem menor, mais modesta, apostando também em artigos de decoração e antiguidades, ali onde tudo começou: na rua dos Mundurucus. “Mas por enquanto, é essa melancolia”, encerra.

Publicado originalmente no Jornal Diário do Pará em 20/06/2010