sábado, 14 de maio de 2011

Atestado de Óbito da Biblioteca Universitária, 2050

"por Brian T. Sullivan

“Insensível de mortalidade e desesperadamente mortal.”
—Shakespeare

A biblioteca universitária morreu. Apesar do diagnóstico precoce, a negação audaciosa em face de seus sintomas cada vez mais graves levaram à sua deterioração e morte. A biblioteca universitária morreu sozinha, amplamente negligenciada e esquecida por um mundo que algum dia a reverenciou como o coração da universidade. Em seu leito de morte, podíamos ouvir murmúrios caluniando o Google e algo sobre um antigo guru bibliotecário chamado Ranganathan.

Embora as causas de morte sejam muitas, o seguinte atestado de óbito sublinha alguns dos fatores chave.

1. Coleções de livros tornaram-se obsoletas. Coleções amplamente digitalizadas de quase qualquer livro no mundo fez com que as coleções de livros físicos se tornassem desnecessárias. Estudantes individuais agora pagam assinaturas para qualquer uma das muitas grandes editoras de livros digitais por acesso ilimitado. Os livros podem ser vistos online a qualquer hora ou o download pode ser feito para um dispositivo portátil. Algumas universidades optaram por assinaturas institucionais para coleções de livros digitais, administrados por seus departamentos de tecnologia da informação. A maioria destas coleções originaram-se nas bibliotecas físicas, que assinou sua própria sentença de morte com ofertas para digitalizar seus livros.

2. Instrução bibliotecária não é mais necessária. Para competir com uma nova geração de máquinas de busca, fornecedores de bases de dados foram forçados a criarem ferramentas que fossem mais amigáveis, ou então arriscariam desaparecer na obscuridade. Como as bases de dados se tornaram mais intuitivas e fáceis de usar, a instrução bibliotecária no uso de ferramentas arcaicas não era mais necessária. Quase todas as questões remanescentes poderiam ser respondidas pelo pessoal da universidade (ver número 3) ou da tecnologia da informação (ver número 4). Foi em grande parte o trabalho dos bibliotecários universitários que levou à maioria destes avanços na tecnologia de banco de dados.

3. A Literacia Informacional foi completamente integrada ao curriculum. Uma vez que a universidade incorporou a literacia em seu ensino, tornou-se parte do currículo geral dos cursos. Foi a persistência dos bibliotecários, que nos dias de morte da biblioteca universitária perderam fé em sua habilidade de transmitir conhecimento útil aos estudantes, que levou à adoção universal de padrões de literacia informacional alheias ao campus elaborado pela Associação de Bibliotecas Universitárias e de Pesquisa. Bibliotecários também tiveram papel chave no desenvolvimento do novo currículo que incluiu a literacia informacional.

4. Bibliotecas e bibliotecários foram substituidos por departamentos de tecnologias da informação. Prédios de bibliotecas foram convertidos em laboratórios de informática, espaços de estudo e sedes de departamentos de Tecnologia da Informação. Desenvolvimento de Coleções tornou-se uma mera questão de manter assinaturas de bases de dados recomendadas pela universidade. A Catalogação tornou-se da competência exclusiva dos vendedores de coleções de livros e periódicos digitais (que freqüentemente contratou ex-bibliotecários para auxiliar no processo). Alguns membros do restante dos bibliotecários antigos agora já fizeram trabalhos com os departamentos de Tecnologia da Informação de suas faculdades.

5. Serviços de referência desapareceram. Foram substituídos por máquinas de busca que estão sempre melhorando e ferrramentas de redes sociais, junto com help desks de tecnologia da informação que eram relativamente barato de manter. Sem a necessidade de preocupar-se com a classificação do corpo docente, ocupação e níveis salariais profissionais, a maioria das universidades reportam o mesmo nível de satisfação estudantil por uma fração do preço. Foram os bibliotecários que primeiro providenciaram evidência – através do desenvolvimento de “níveis de referência” de serviços, em que as questões iniciais foram desdobradas por não-bibliotecários — que as consultas poderão ser respondidas por trabalhadores com baixos-salários (incluindo trabalhadores-estudantes), com um mínimo de treinamento.

6. A economia superou a qualidade. Alguns administradores admitem que o velho modelo de bibliotecas e bibliotecários rendeu resultados teoricamente superiores àqueles do novo modelo: serviço pessoal, assistência profissional de pesquisa, acesso a fontes de informação de alto nível. Mas tão poucos estudantes estavam tirando completa vantagem das fontes disponíveis que os serviços não eram mais economicamente justificáveis. Desde então se tornou tão fácil e barato achar fontes adequadas, pagando significantemente mais pelo melhor absoluto não era mais uma opção para universidades perpetuamente sem dinheiro. Foi a ampla adoção de primeiras ferramentas como a Wikipedia e o Google Scholar pelos bibliotecários, que abriu as portas para a compreensão de que as tradicionais bibliotecas acadêmicas e os bibliotecários eram um luxo dispensável.

Ao mesmo tempo, a morte da biblioteca universitária está sendo saudada por muitos como progresso e o próximo passo lógico na evolução da informação.

Resumindo, é inteiramente possível que a vida da biblioteca acadêmica pudesse ter sido poupada se a última geração de bibliotecários usasse seu tempo planejando um caminho realista para o futuro e menos tempo buscando modas datadas enquanto negligentemente entoam mantras como “Sempre existirão livros e bibliotecas” e “Pessoas sempre precisarão de bibliotecários para ajudá-los a encontrar informação”. Nós nunca saberemos agora que tipo de tratamentos poderiam ter funcionado. Bibliotecários plantaram as sementes de sua própria destruição e são responsáveis por sua própria perdição.

Brian T. Sullivan é bibliotecário de Instrução na Universidade de Alfred.

Publicado originalmente no Chronicle of Higher Education.

Título Original: Academic Library Autopsy Report, 2050.
Fonte:http://doraexlibris.wordpress.com/2011/01/13/atestado-de-obito-da-biblioteca-universitaria-2050/

sexta-feira, 13 de maio de 2011

UNIDADES DE INFORMAÇÃO NA WEB 2.0: conceitos, estratégias e práticas

"Após um ano de sucesso em sua versão on-line, agora também presencial!
Oficina presencial com um micro por aluno em São Paulo
Instrutoras: Renate Landshoff e Suely de Brito Clemente Soares
Data: 21 e 22 de junho de 2011 (terça e quarta-feira)
Horário: 8h30 às 12h30 – 14h às 18h
Local: Av. Paulista 807 – 18º andar
Próximo à estação de metrô Trianon-Masp - São Paulo, SP
Inscrições
Mais Informações: (11) 5087-8953

"Para cada escola, uma biblioteca"

A repórter Izabel Leão, do Jornal da USP, escreveu matéria intitulada sobre o documento "Os Parâmetros para o Aprendiz do Séc. 21" traduzido pela coordenadora da Comissão de Educação do CRB-8, Rosana Telles CRB-8/2235. Também entrevistou Elisabeth Adriana Dudziak CRB-8/4396, diretora da Divisão de Desenvolvimento e Inovação do Sibi da USP, para quem "a biblioteca deve ser um centro de aprendizagem, convivência e expressão"; e ainda o prof. Plinio Martins Filho, diretor da Editora da USP, segundo o qual "a biblioteca deve ser um lugar acessível a todos e que funcione dia e noite, inclusive no final de semana, se queremos um país com muitos leitores".
Leia na íntegra

Conselho Regional de Bibliotecários cita S.Carlos como exemplo de sucesso

"O Boletim destacou o trabalho integrado das bibliotecas municipais e das 8 Escolas do Futuro que possuem um rico acervo e internet acessível à comunidade dos bairros. Também foi citado os cursos oferecidos a alunos e a comunidade nas Escolas do Futuro como cursos de internet e oficinas artísticas.
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